As aulas de campo podem ser consideradas como um instrumento metodológico que envolvem e motivam, possibilitando aos estudantes estabelecerem elos necessários entre os fundamentos teóricos estudados em sala de aula e o contato real com o objeto de estudo. Com esse intuito, os cursistas do PARFOR de José de Freitas, Pedro II, Piripiri, Castelo do Piauí e Bom Jesus participaram de aula de campo da disciplina de Pedologia e viram na prática as teorias aprendidas em sala de aula.
Alunos do curso de Geografia dos Polos de Pedro II e Piripiri, sob a supervisão dos professores Renê Aquino e Ivoneide Sena.
“Em algumas disciplinas, especialmente as disciplinas da Geografia Física, como a Hidrografia, Pedologia, Climatologia e Geomorfologia, a prática de campo é essencial para que o aluno tenha o contato direto com o meio, direto com a natureza, manipulando os elementos naturais, conhecendo a própria dinâmica e ciclos da natureza. Na ausência de um laboratório, o campo, ou seja, a paisagem natural é o elemento fundamental para consolidar uma aprendizagem geográfica”, disse o coordenador do curso de Geografia do PARFOR, professor Werton Francisco Rios da Costa.
Em Pedro II e Piripiri, as aulas de campo foram coordenadas pelos professores Renê Aquino e Ivoneide Sena, ambos da disciplina de Elementos de Pedologia, do 5° bloco do curso de Geografia.
Professores orientam alunos quanto ao reconhecimento da textura do solo.
Na atividade, os discentes puderam reconhecer as diferentes características morfológicas dos solos, como textura, estrutura, consistência e cor. Outro ponto abordado foi a influência do relevo como fator de formação de solos, tendo em vista as características geomorfológicas do município de Pedro II que apresenta uma grande variedade de feições, desde áreas de relevo movimentado, a exemplo do morro do Gritador, com altitude de 720m, caracterizado como uma escarpa- declive muito íngreme de terreno provocado por erosão-, sendo parte da Cuesta da Ibiapaba, com altitude de até 500m, além de superfícies deprimidas.
Para a aluna, Valdiana Fortes, de Pedro II, a atividade possibilitou a perfeita compreensão da relação relevo-solo. “A aula de campo me permitiu compreender a relação entre as características geomorfológicas e pedológicas. Somente assim, compreendi que nas áreas de relevo movimentado, como no morro do Gritador, a morfogênese- desenvolvimento da forma– é muito intensa, limitando o desenvolvimento do perfil do solo e, nas áreas de topografia mais plana, a exemplo das superfícies das chapadas, os solos são mais profundos, resultado de uma pedogênese –processo no qual determinado solo é formado– mais intensa”.
A aula de campo foi realizado no Morro do Bairro Santa Rosa, na cidade de José de Freitas.
De acordo com o cursista Cícero Alves, de Piripiri, a aula de campo foi uma ótima oportunidade para reforçar o elo teoria-prática, o que possibilitou o reconhecimento de diferentes tipos de solos e suas potencialidades para o uso agrícola.
Aula de campo da disciplina de Elementos de Pedologia, em José de Freitas.
Já a professora Silvana Oliveira, a aula prática em Pedro II proporcionou o reconhecimento das formas de uso do solo no município, onde verificou-se no trecho em estudo a prática da agricultura itinerante. “Pode ser considerada como uma atividade de impacto ao solo, tendo em vista que o desmatamento e a queimada expõem os solos aos agentes erosivos”, disse ela.
Visita à área de desertificação em Monte Alegre e Gilbués.
A professora Ivoneide Sena destaca a importância do estabelecimento do elo teoria-prática, onde foi possível reconhecer diferentes tipos de solos no município de Pedro II, além da integração das turmas do PARFOR em uma experiência inédita no programa.
Aula de campo dos professores Katrine e Juscelino, em Bom Jesus.
“Um dos pontos mais importantes da aula de campo foi o envolvimento dos alunos na atividade, o que ratifica a importância de atividades práticas para a construção do conhecimento Geográfico”, destaca o professor René Aquino. Ele acredita que a prática possibilita o desenvolvimento no discente da capacidade de observação e senso crítico para com o meio natural em seu conjunto, além da percepção e análise das diferentes formas de uso e ocupação antrópica e seus respectivos impactos.
Em Castelo do Piauí, o professor Carlos Jardel Soares, ministrante da disciplina de Elementos da Pedologia, coordenou a prática que aconteceu na zona rural do município de Juazeiro do Piauí. “O objetivo é relacionar o conteúdo teórico com a prática de identificação dos perfil através de uma aula de campo na própria região, fazendo com que o cursista possa compreender melhor esse processo dentro do espaço de vivência cotidiana”, destaca.
Aula de campo da disciplina Elementos da Pedologia do curso de Geografia na zona rural do município de Juazeiro do Piauí.
O professor afirma ainda que durante a realização da prática os cursistas demostraram grande interesse pela temática. “Muitas perguntas e dúvidas sobre os tipos de solos e os horizontes presentes nos perfis. Eles coletaram ainda materiais que serão utilizados na oficina de perfis de solos no turno da tarde”.
Segundo o professor Natanael Fernandes, o assunto em estudo foi muito bem absorvido durante a atividade. “Nossa turma aqui em Castelo é muito curiosa, gostamos de conhecer o que a nossa região possui em termos geográficos e explorá-la de maneira orientada faz de nós bons pesquisadores”.
O professor Carlos Araújo coordenou a aula de campo em Castelo do Piauí.
O coordenador Werton Costa, parabenizou a atividade desenvolvida pelos professores nos municípios. “Os nossos formadores na disciplina de Pedologia, e com o apoio das coordenações locais, desenvolveram nestes seis dias experiências ricas na atividade de campo. Fato inédito no Programa com campos simultâneos e conjuntos.”
Elaine de Moura
Assessoria de Cominicação