O livro didático nas escolas municipais e estaduais é, em muitos municípios piauienses, o único ou um dos poucos recursos disponíveis para o professor ministrar os conteúdos em sala de aula. Por ser visto como a “Bíblia” dos docentes, a escolha do material correto torna-se cada vez mais importante, pois nem sempre editoras têm colocado no mercado livros atualizados e com veracidades científicas.
Pensando nisso, o PARFOR/UESPI ofertou para os cursistas a oficina “Uso do Livro Didático de Geografia”, com o objetivo de colocar em discussão o processo de avaliação, escolha e possibilidades de uso do livro didático pelos docentes, bem como a necessidade de evidenciar o protagonismo do professor no processo de escolha do livro.
Ministrada pela Profa. de Geografia Geone Borges dos Santos, especialista em Educação Ambiental, sob a orientação do Prof. Werton Francisco Sobrinho, Coordenador do Curso de Geografia do PARFOR/UESPI, a oficina foi ofertada para os cursistas de Uruçuí e Valença, em 2016.
“Os professores da educação básica têm a necessidade de conhecer as normas para a escolha do livro didático que será adotado. O que acontece nos municípios é que essa decisão não é passada para os docentes, muitas vezes quem escolhe é a Secretária de Educação. O correto é ter uma reunião com os docentes das disciplinas específicas para que eles possam selecionar o melhor livro que se adeque à realidade do aluno”, destacou a professora do PARFOR/UESPI.
No Campus de Uruçuí, a oficina aconteceu em dois momentos. Nos dias 28 e 29 de outubro, ocorreu a explanação sobre o histórico e o desenvolvimento do livro didático e do livro de geografia. Os participantes da oficina puderam também falar sobre a realidade vivenciada nas escolas municipais. Nos dias 25 e 26, foram ministrados os critérios para avaliação e escolha do livro, o Guia do Plano Nacional do Livro Didático 2017, o processo de escolha e tramite realizado no portal do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, desde as decisões realizadas pela comissão até o envio aos municípios.
“Por último, para uma avaliação dos alunos, eu dividi a turma em grupos onde simulamos reuniões das escolas. Cada escola iria escolher os livros didáticos baseados nos critérios apresentados durante a oficina”, disse Geone Borges.
O Plano Nacional do Livro Didático oferece todos os critérios de avaliação do livro didático. As escolas municipais e estaduais recebem os critérios e selecionam os livros após a avaliação pedagógica dos professores de cada disciplina. “A decisão é democrática. Os docentes precisam saber quais critérios deverão seguir para poder avaliar o livro que será usado em sala de aula”, frisa a geógrafa.
Os critérios vão desde a apresentação do livro e linguagem utilizada até o uso de imagens e apresentações gráficas. Segundo Geone, também é preciso avaliar se o material escolhido está em conformidade com a série escolar. “Primeiramente, temos que observar se a capa é chamativa e se está de acordo com o conteúdo. No caso da geografia, têm séries que vão exigir mais conteúdos escritos e outras séries, mais ilustrações”, exemplifica.
A professora alerta que podem existir livros com conteúdos resumidos e que não estejam adequados para aquele ano. “Às vezes também você pode encontrar erros de linguística, até mesmo de atualização, porque a geografia é uma disciplina que trabalha com a atualidade. Então, se isso não é observado pelo professor pode interferir no aprendizado do aluno.”
Por Elaine de Moura
Assessoria de Comunicação PARFOR/UESPI