Aula inaugural de Yorùbá: valorização da cultura negra com apoio do PARFOR/UESPI

Camila Oliveira

Com demonstração de fé e alegria, teve início na última terça-feira (14/07) o curso da língua africana Yorùbá, no Memorial Zumbi dos Palmares, em Teresina. O curso é uma oferta da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), por meio do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR), em conjunto com a Coordenação de Igualdade Racial do Governo do Estado e Memorial Zumbi dos Palmares. Entre os presentes na aula inaugural estiveram o Reitor da UESPI, Professor Doutor Nouga Cardoso; a Vice-reitora, Bárbara Melo; o Coordenador Geral do PARFOR, Raimundo Dutra; o Secretário de Cultura, Fábio Novo; o Deputado Estadual, Henrique Rebelo; a Pró-reitora de Ensino e Graduação da UESPI, Ailma do Nascimento, além de representantes de movimentos negros, como a Mãe Eufrasina.  As aulas serão ministradas gratuitamente pelo professor Ruimar Batista, escritor, pesquisador e reconhecido militante das causas negras no Piauí.

????????????????????????????????????

Representantes das entidades organizadoras do curso na aula inaugural (Foto: ASCOM/UESPI)

O curso faz parte do papel da UESPI em conscientizar sobre a importância da lei 10.639, que determina o ensino da história da cultura afro-brasileira e indígena na educação básica. “Para entender Yorùbá é preciso entender as relações históricas entre África e Brasil, por isso pretendemos contribuir na efetivação da lei 10.639 através das aulas”, explica Ruimar Batista. A procura pelo curso foi acima do esperado e além das 30 vagas iniciais foram abertas mais 20 para atender a todos.

A Coordenadora de promoção da igualdade racial do estado, Assunção Aguiar, esclarece que, dentro dos terreiros, as entidades se manifestam por meio da língua Yorùbá e as pessoas não entendem. “Para nós, militantes, é a realização de um sonho termos esse curso aqui. E ganhamos mais força quando uma instituição como a UESPI se une a nós para promover isso”, afirma Assunção.

Durante a aula inaugural foi levantado o desejo dos militantes da causa negra de levar o curso a todas as cidades polo da UESPI. O reitor Nouga Cardoso se colocou a disposição para atender a aspiração. “A UESPI tem que estar a serviço da cultura, do conhecimento e da inclusão em nosso estado, por isso estaremos fortalecendo esse curso e o levaremos aos polos do interior”, afirmou.

Segundo o Coordenador geral do PARFOR/UESPI, professor Raimundo Dutra, a instituição atendeu prontamente a demanda do movimento negro piauiense. “Eles apresentaram essa necessidade à UESPI e nós atendemos. Acreditamos que é preciso que a academia se integre aos movimento sociais. Isso faz parte da missão da universidade”, destacou.

????????????????????????????????????

Mãe Eufrasina entoando hino durante a solenidade (Foto ASCOM/UESPI)

“É importante valorizar esse segmento da população, historicamente marginalizado, e eu vim aqui parabenizar e deixar minha admiração à UESPI por essa iniciativa louvável”, ressaltou Fábio Novo. O secretário ainda acrescentou: “isso aqui é uma grande obra. Eu me orgulho da UESPI!”.

Segundo o professor Ruimar Batista, Yorùbá além de uma língua, designa uma etnia e uma religião africanas. A língua é falada por cerca de 30 milhões de pessoas no oeste da África e trouxe influências para o português brasileiro em termos como acarajé, vatapá, Iemanjá, Ogum, entre outros, quase sempre relacionados a culinária ou religião.

O professor Dr. Élio Ferreira, Coordenador do Núcleo de estudos e Pesquisas Afro (NEPA) da UESPI,  ministrou a palestra de abertura do curso. Em seguida o professor Ruimar deu início as atividades. As aulas da língua Yorùbá acontecerão as terças e quintas, das 19h às 21h no Memorial Zumbi dos Palmares. O curso já tem 40 alunos inscritos.

 

Fonte:
Assessoria de Comunicação – UESPI
ascom.uespi@gmail.com
(86) 3213-7398

Adicionar a favoritos link permanente.